O governo federal planeja uma série de reuniões com empresários produtores de arroz nesta semana para debater a situação envolvendo o leilão do alimento. Enquanto representantes do setor afirmam que o abastecimento nacional está garantido e questionam a necessidade das medidas, a gestão federal busca alternativas para reduzir o preço do produto nos supermercados.

Na semana passada, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), juntamente com o presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, reuniram-se com empresários do setor, incluindo membros da Fedearroz e da Câmara Setorial do Arroz. Uma nova rodada de conversas está agendada para os próximos dias.

O debate foi motivado pela suspensão do leilão do arroz em 11 de junho, quando o governo alegou que as empresas vencedoras não possuíam capacidade técnica e financeira adequadas. Das quatro companhias ganhadoras, apenas uma atuava no ramo de alimentos, enquanto as demais eram de outros setores.

Durante o leilão, foram comercializadas 263,3 mil toneladas de arroz, movimentando R$ 1,3 bilhão, com preços variando entre R$ 4,98 e R$ 5 por quilo. A distribuição do produto estava planejada para 21 estados brasileiros.

As declarações do presidente Lula sobre o episódio geraram controvérsias, com críticas à gestão do processo e à alta dos preços do arroz no mercado. Lula mencionou a necessidade de importar arroz para controlar os preços, defendendo que o produto chegue à mesa do consumidor a preços mais acessíveis.

Enquanto isso, as negociações entre governo e empresários seguem intensas. Produtores destacam que a colheita de arroz no Rio Grande do Sul está em boa fase, mas enfrentam desafios logísticos na distribuição. O governo agora busca medidas para ampliar a produção de arroz em mais estados, visando reduzir a dependência de algumas regiões.

A polêmica em torno do leilão resultou em mudanças na equipe governamental, incluindo a demissão do secretário de Política Agrícola e a substituição do diretor de Operações e Abastecimento da Conab. O governo continua trabalhando para encontrar uma solução que equilibre o mercado e atenda às necessidades do consumidor brasileiro.